Nossa História

Faça uma viagem conosco conferindo o passado, o presente e o futuro do nosso clube, o Clube dos Amigos.

O início de tudo

No ano de 1942, em uma reunião entre amigos, surgiu a idéia de se formar um equipe de futebol para disputar alguns jogos com os times da época. Naquela época, os times da várzea eram o celeiro de craques de futebol profissional e o Ipiranga não poderia ficar atrás.

Em sua maioria descendentes de italianos, portugueses e espanhóis, com sua religiosidade calcada no catolicismo, estes amigos eram alguns dos ex-jogadores do time Bom Pastor, extinto na mesma época.

Da esquerda para direita: Célio, China, Perú, Américo, Eduardo, Demétrio, Jesus, João, Barcelona, Maneco e Lino.

Escolha do nome

De acordo com o Sr. Manoel Mancini, na ocasião com 15 anos, a 1ª reunião foi na casa de sua mãe e que o nome Democrático do Ypiranga foi sugestão do Sr. Laurindo Fernandes. Este nome foi escolhido devido ao fato de que, na época, a Gazeta Esportiva dava cobertura jornalística aos torneios de futebol da várzea e noticiava direto sobre um time que era a sensação do momento, chamado Democrático do Tucuruvy, que ganhava todos torneios e jogos que disputava, estando sempre em destaque na Gazeta Esportiva. Então a escolha foi feita: Democrático do Ypiranga!

Em pé: Picão, Japonês, Zinho, Rato, Miguel, Manelão. Agachados: Gabriel, Dido, Nonô, Biagio e Junqueira.

Uniforme

Acertados todos os detalhes para a criação do time faltava alguma coisa para que realmente o sonho se tornasse realidade: os uniformes. Eis que os irmãos Amando e Orlando Moreno presentearam o Clube com um uniforme cujas cores do 1º quadro (o Esporte) permaneceram através do tempo: camisas brancas com duas listras horizontais em azul e vermelho. Jogando o 2º quadro (o Extra) com camisas amarelas com listras verticais pretas.

Em pé: Marcio, Elvio, Aurélio, Gabriel, Chico Cora, Belfare. Agachados: Fabinho, Osvaldo, Ivan, Ailton e Simãozinho.

Federação

Fundado em 1942, o Democrático só foi oficializado junto a Federação Paulista de Futebol em 1944, com a criação das ligas de futebol de várzea, que dividiu alguns bairros e regiões de São Paulo em ligas, cada qual com seus torneios.

O Democrático fazia parte da Liga Dom Pedro I, que abrangia o bairro do Ipiranga, Cambuci, Vila Carioca, Sacoman, Jardim da Saúde e Moinho Velho, entidade na qual todos os outros clubes destas regiões também eram filiados.

Primeira assembléia geral

Então no dia 08 de fevereiro de 1944, na Rua Xavier Almeida, 1279 foi realizada uma assembléia geral com grande número de pessoas presentes. Na ocasião, foi escolhido para presidir a assembléia o Sr. José Dante. A seguir, citaremos algumas das pessoas participantes do grupo de fundadores: Manoel Mancini, Laurindo Fernandes, Augusto Ramos, Antonio Junqueira, os irmãos Léo, Amador e Orlando Moreno, Alberto Ramos, Oscar Corella, Julio e Américo Botta, Fioravante Mancini, José Slaviero, “Santino”, “Nevola”, “Cuíca”, “Zé Peteca”, João Dias, Alberto Zasini, “Cuca”, Caetano Ivo Ripani, Francisco Jurdy e outros.

Conselho

Após esta 1ª reunião, foi eleito o Conselho, que ficou assim formado: José Rafaelli, Miguel Iesca, Domingos Palombo, Mauro dos Santos, Antônio Fernandes, Guilherme Simão, Saul Popi, Valter Santana, Francisco do Vale, Armando Benedetti, José Dante, José Panelli, Luiz Possato, José Garcia, Alberto Ramos, Alberto Zasine, Carlos Bodetti, Antonio Zasine, Alfredo Árias, Valdir Santana.

Primeira diretoria

Após as formalidades,tomaram posse e passaram à função estatutária. Nesta reunião foi eleita também a 1ª diretoria, que ficou assim composta:

Presidente – Sr. Januário Catapane
Vice-presidente – Sr. Antônio Ripani
Secretário – Sr. Manoel Junqueira
Secretário – Sr. Francisco Jurdy
Tesoureiro – Sr. Ernesto Vernelli
Diretor de Esportes – Sr. Laurindo Fernandes

Acertado todos os detalhes legais para a formação do clube, partiu-se para a filiação na Federação Paulista de Futebol (FPF).

Quadra de Futsal

A lendária quadra do Democrático é famosa por receber importantes torneios assim como os mais variados grupos de amigos e entusiastas do esporte.

Campeão Paulista Varzeano de 1959

No ano de 1959, o Democrático foi Campeão Paulista Varzeano, o que equivalia na época a ser campeão de todas as Ligas de São Paulo Campeão de Futebol Amador, como atesta o Sr. Welson Fourny, centroavante deste time vencedor que, segundo ele, ganhou todas as disputas que participaram na época.

O Democrático é um clube vencedor como pode atestar sua sala com mais de 100 troféus e taças conquistados durante seus mais de 60 anos de existência.

Escalação em pé: Djalma, Irineu, Perú, Boca, Djalminha e Laudo. Agachados: Odone, Welson, Vuri, Albertinho e Dalé.

Times

O Democrático tinha dois times principais: um que jogava de manhã, que era o 2º quadro, denominado “EXTRA” e outro que jogava a tarde e era o time principal, o 1º quadro, denominado “ESPORTE”.

Em pé: Oswaldinho, Ditinho, Dido, Perú, Chico Cora, Belfare, Zé Encanador. Agachados: Ivan, Gabriel, Welson, Simãozinho e Nelsinho.

Anos 60 e 70

Nos anos 60 e 70, vários craques de times profissionais como Palmeiras e São Paulo jogaram nos veteranos do Democrático. Entre eles, podemos citar: O Servilio, Valdemar Fiúme, Canhotinho, Faustino, Djalma Santos, Noronha, Rui Campos, Djalma Dias, entre outros.


Campo

Eles tiveram seu último campo na esquina próxima à sede atual. O terreno onde se localizava o campo pertencia e era administrado pela Clínica Infantil do Ipiranga.

Neste terreno é que o Democrático jogava e, para mantê-lo, a Clínica não exigia dinheiro, mas sim sangue para o seu Banco de Sangue. Dessa forma, todos os meses o Clube Democrático reunia uma turma a fim de doar sangue para a clínica e em troca, a clínica cedia o terreno ao Democrático.

Em pé: Hélder, Osvaldinho, Gatão, Pedro Massanete, Chico Cora, Belfare. Agachados: João Pasteleiro, Irineu, Ivan, Gabriel e Simaozinho.

Valores

Novamente fica clara a diferença de valores entre aquela época e a atual. Naquela ocasião, os indivíduos de uma sociedade comportavam-se como membros de uma comunidade. Não havia o interesse meramente lucrativo por parte das pessoas, à clínica bastava o sangue, ao clube bastava o campo. A relação inter-pessoal era cultuada através de valores, hoje, estes valores quase inexistem. Houve um processo de individualização tão forte e imperativo que o único fator relevante hoje é o lucro, o dinheiro, a riqueza.

Através da doação de sangue é que eles conseguiram manter seu campo até 1962, quando por motivos óbvios de expansão imobiliária e alta valorização dos terrenos, eles perderam o campo, pois a Clínica alugou o terreno para a Cia. de Transportes Taboão. Atualmente funciona um centro de esportes do Palmeiras.

Em pé: Silvão, Rui Campos, Pipa, Waldemar Fiume, Nilo, Geraldo Pé Preto e Tec. Toninho. Agachados; João Delmanto, Canhotinho, Osvaldinho, Geraldinho e Vuri.

Curiosidades

No ano seguinte a sua fundação, o Democrático conseguiu sagrar-se campeão da Liga Dom Pedro I. O jogo final, no campo do Estrela do Ipiranga, foi disputado contra a equipe do Vila Jafet F.C. e terminou com o resultado de 3 x 2 para o Democrático, gols marcados por Quim, Laurindo e Gamba. Participaram desta vitória os seguintes jogadores: Quitim, Peru, Santista, João, China, Laurindo, Barcelona, Jesus, Demétrio, Gamba e Quim. No ano seguinte, ou seja, 1946, foram bi-campeões da Liga Dom Pedro I.

Como curiosidade, o Sr. Manoel Mancini, o “Manelão”, explica que na época não havia reservas, nenhum time possuía e que só existia substituição se alguém quebrasse a perna ou algo mais grave. Caso isto acontecesse, eles iam buscar o substituto em casa, durante o jogo.

Disse ainda, que jogavam pro amor e que jogavam de manhã e à tarde no mesmo dia, e no dia seguinte. Se tivesse jogo, eles iam jogando. Disse também que não existia esta coisa que existe hoje de descanso, reservas, etc. Futebol era coisa para quem tinha amor à camisa, era um esporte “pra macho”.

Deixaram claro, porém, que ao contrário das agressões e da extrema violência que hoje caracteriza o futebol, na época eram corriqueiras as brigas dentro e fora de campo, a rixa era grande, só que dentro de um critério de cavalheirismo, onde só brigavam “na mão”. Assim, se o adversário caísse no chão, não se chutava o inimigo caído, esperava-se que levantasse para recomeçar a briga. Não usavam armas, paus, nem correntes, nem nada, só as mãos nuas e depois do “quebra-pau” iam beber juntos no bar da esquina, segundo o Sr. Deaula Gambra, o “Tico”.

Percebe-se claramente por meio deste exemplo como a cultura de uma sociedade pode ir se modificando e se adaptando de acordo com o momento histórico no qual se vive. Ao longo dos anos, a sociedade foi perdendo alguns valores: o código simbólico futebol contiua intacto, mas os valores que o circunda começam a tomar outras denotações, infelizmente mais prejudiciais à nossa realidade.


Em pé: Pedrão, Vitor, Giancoli, Nilo, W.Fiume, Márcio e Téc. Waldemar Ripani. Agachados: Vinicius, Rui Campos, Faustino, João Delmanto e Plácido.

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